As pessoas me olham mas não me vêem. me retribuem o sorriso que lhes dou,
e nem percebem que a lhes chorar sorrindo estou.
Não que eu fique a fingir, ou tente dissimular minhas emoções,
apenas guardo meu choro comigo,
não aprecio demonstrar as minhas tristezas,
meu sofrer é intenso , porém contido.
Só me compreenderá quem tiver a destreza de ir além das palavras,
e for capaz de entender o meu olhar.
Não vejo necessidade de mostrar as angústias do meu coração.
O meu sofrimento diário, o vazio profundo da minha alma,
o meu sentimento imenso de desilusão,
neste mundo frio de aparências,
não faço nenhuma questão de expor.
Nada vai diminuir a minha dor.
Ninguém vai me consolar,
não existe salvação.
Nem quero provocar piedade,
dispenso lamentações.
Lamentos não resolverão, não vão aplacar esta saudade que me exaspera.
Estou perdida, o Amor pode até não matar,
mas pode deixar feridas que nunca cicatrizam.
Continuarei a sorrir sem alegria, e poucos perceberão o meu pesar.
O pesar de alguém que já não espera, de quem desistiu de sonhar.
E assim vou vivendo , sobrevivendo aos meus tormentos ,
tendo somente a mim como companhia.
Encontro um pouco de alento e paz na solidão dos versos desta poesia.
Não compartilho minhas aflições, e assim me permito não ter que dar explicações.
Não me agrada definir o meu sentir,
não preciso de razões.